Pausa dos EUA em financiamento de agência da ONU para palestinos pode se tornar permanente

A ONU iniciou imediatamente uma investigação, e demitiu 10 dos 12 citados — os outros dois estão mortos. “Alguns de nossos funcionários relataram às equipes da UNRWA que eles foram forçados a fazer confissões sob tortura e maus tratos. Essas falsas confissões foram em resposta a questões sobre as relações entre a UNRWA e o Hamas, assim como seu envolvimento com o ataque de 7 de outubro contra Israel”, afirmou, em comunicado, a porta-voz da UNRWA, Juliette Touma, citada pela CNN.

Os militares israelenses divulgaram áudios que afirmam serem gravações de “um terrorista que trabalha como professor de árabe em uma escola da UNRWA”. As autoridades dos EUA dizem reconhecer “o papel fundamental” que a UNRWA desempenha na distribuição de ajuda dentro da Faixa de Gaza, que tem sido levada à beira da fome pela ofensiva de Israel nos últimos cinco meses. Os EUA — que são o maior doador da UNRWA, fornecendo de 300 milhões a 400 milhões de dólares por ano — disseram que querem ver os resultados da investigação e as medidas corretivas tomadas antes de considerar a retomada do financiamento. Além da distribuição de ajuda ao grupo, ele “coordenava as atividades de várias unidades do Hamas”, liderando “uma sala de operações de inteligência”, informaram os militares. — Desde o início desta guerra, os ataques contra instalações, comboios e pessoal da ONU tornaram-se comuns, num flagrante desrespeito ao direito humanitário internacional — observou.

Oriente Médio: Agência da ONU para Palestina se pronuncia

Segundo os militares, Hasna era comandante da Unidade de Operações do grupo responsável pelo controle de ajuda humanitária e de sua distribuição ao grupo terrorista. — O ataque de hoje [quarta-feira] a um dos poucos centros de distribuição restantes da UNRWA na Faixa de Gaza ocorre melhores notícias num momento em que os abastecimentos de alimentos estão acabando, a fome é generalizada e, em algumas áreas, está se transformando em crise humanitária — afirmou. — Todos os dias, partilhamos as coordenadas de todas as nossas instalações na Faixa de Gaza com as partes em conflito.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou uma proposta no mês passado para a governança de Gaza no pós-guerra com seu gabinete de guerra, como parte da qual ele disse que a UNRWA deveria ser fechada e substituída “por agências internacionais de ajuda responsáveis”. A diretora regional do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África expressou sua preocupação com as mortes de crianças, afirmando que essas fatalidades já ocorreram e provavelmente aumentarão rapidamente, a menos que a guerra termine e os obstáculos à ajuda humanitária sejam resolvidos imediatamente. “O ataque de hoje a um dos poucos centros de distribuição da UNRWA que restam na Faixa de Gaza ocorre em um momento em que as reservas de alimentos estão se esgotando. A fome é generalizada e, em algumas zonas, está se transformando em inanição”, afirmou o chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini. Pouco antes da divulgação do documento, o chanceler israelense, Israel Katz convocou para consultas o embaixador do país na ONU, diante do que considerou ser uma “tentativa de silenciar” denúncias de abuso sexual cometidas pelo Hamas.

Agência da ONU acusa Israel de bloquear entrega de alimentos no Norte de Gaza

O governo de Joe Biden continua extremamente preocupado com a situação humanitária em Gaza, disse Miller. Volker Turk expressou sua preocupação ao Conselho de Direitos Humanos durante uma atualização sobre crises globais para os 47 Estados-membros do órgão. Ele ressaltou a importância de todos os esforços internacionais para conter a propagação do conflito em Gaza.

Agência da ONU para a Palestina é alvo de “campanha deliberada e planejada” por Israel

Em janeiro, Israel acusou 12 funcionários da UNRWA de terem participado do ataque terrorista do Hamas contra o seu território, em 7 de outubro. Após a acusação, os EUA anunciaram a suspensão do financiamento, seguido pelo bloqueio ou congelamento de doações de outros 15 países. Em uma declaração do Exército israelense, publicada pelo New York Times, os militares afirmam que os maus tratos não fazem parte “dos valores” da corporação, e que seus soldados “agiram de acordo com a lei de Israel e a lei internacional para proteger os direitos dos detidos”. Os militares ainda rejeitaram as alegações de privação de sono e de abusos sexuais, chamando a denúncia de “uma outra tentativa cínica de criar uma falsa equivalência ao uso sistemático do estupro como uma arma de guerra pelo Hamas”. No final de janeiro, no mesmo dia em que a Corte Internacional de Justiça emitiu determinações no caso em que Israel é acusado de genocídio em Gaza, as autoridades israelenses fizeram denúncias sobre a participação de ao menos 12 funcionários da UNRWA nos ataques de 7 de outubro.

Um projeto de lei suplementar de financiamento no Congresso dos EUA, que inclui ajuda militar a Israel e à Ucrânia e é apoiado pelo governo Biden, contém uma cláusula que impediria a UNRWA de receber recursos. A ONU iniciou uma investigação sobre as alegações, e a UNRWA demitiu alguns funcionários depois que Israel forneceu à agência informações sobre o caso. Após cinco meses de guerra, quase toda a população enfrenta escassez aguda de alimentos, e mais de 20 pessoas morreram por desnutrição e desidratação, a maioria delas de crianças, segundo o Ministério da Saúde. Localizada na fronteira com o Egito, Rafah é o refúgio de mais da metade da população palestina, que foi obrigada a se deslocar do norte e da área central da Faixa de Gaza por causa dos combates — e sob ordens do Exército de Israel. O Ministério da Saúde de Gaza, por sua vez, disse que cinco pessoas foram mortas no “bombardeio do armazém”, de acordo com a rede al-Jazeera e o jornal Times of Israel. Um fotógrafo da AFP viu as vítimas chegando ao hospital al-Najjar, em Rafah, e pelo menos uma delas foi identificada por outras pessoas na unidade de saúde como um funcionário da ONU.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) acusou nesta segunda-feira o governo de Israel de torturar e maltratar funcionários da agência em busca de confissões sobre supostos laços entre o órgão e o grupo terrorista Hamas. A denúncia veio no mesmo dia em que uma relatora da ONU disse ter informações “claras e convincentes” de que o Hamas cometeu violência sexual contra reféns e vítimas dos ataques de 7 de outubro de 2023. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse a repórteres na segunda-feira que o país aguardaria o resultado das investigações da ONU sobre as alegações de Israel antes de decidir se retomariam o financiamento da UNRWA. Já a União Europeia retomou o envio de ajuda na semana passada, depois que autoridades palestinas acusaram Israel de disparar e matar dezenas de pessoas em meio a uma entrega caótica de ajuda humanitária no enclave, uma tragédia que deixou ao menos 112 mortos e 760 feridos. Israel negou a acusação, afirmando que as mortes decorreram de tumultos durante a entrega de alimentos. Mais cedo, a agência acusou o governo de Israel, através de um comunicado, de cometer atos de “tortura” contra alguns de seus funcionários detidos na Faixa de Gaza desde outubro.

Na declaração, os países que compõem a Celac também enfatizam a libertação imediata de todos os reféns, e reiteram a importância da instituição e o reconhecimento do Estado da Palestina, vivendo lado a lado de Israel dentro de fronteiras seguras e reconhecidas. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou para esta segunda-feira (4) uma reunião para discutir a situação no Oriente Médio. “Parte dessa campanha inclui inundar os doadores com informações errôneas destinadas a alimentar a desconfiança e manchar a reputação da Agência.”

ONU: assentamentos de Israel em terras palestinas constituem crime de guerra

Na última quinta-feira (29), em meio a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mais de 100 palestinos morreram e 750 ficaram feridos durante a espera de ajuda humanitária em Gaza. As autoridades israelenses dizem que os gargalos são causados pelo acúmulo de ajuda no lado palestino, pois não há caminhões suficientes para distribuí-la. Nesta quarta, entrou pela primeira vez em três semanas um comboio de ajuda humanitária no norte de Gaza, através de uma rota inédita. Segundo a UNRWA, mais de 150 instalações, entre elas muitas escolas, foram danificadas por ataques israelenses perpetrados em Gaza desde o início do conflito, que eclodiu com o ataque terrorista do Hamas contra Israel, em 7 de outubro. — Os ataques contra a UNRWA buscam eliminar seu papel na proteção dos direitos dos refugiados palestinos e na atuação como testemunha de sua situação difícil — disse Lazzarini.

— Parte dessa campanha inclui inundar os doadores com informações errôneas destinadas a alimentar a desconfiança e manchar a reputação da Agência. A ONU alertou que pelo menos 576 mil pessoas em Gaza, equivalente a um quarto da população, estão à beira da fome. “Segundo os serviços de Inteligência, mais de 450 terroristas pertencentes a organizações terroristas da Faixa de Gaza, principalmente o Hamas, também estão empregados pela UNRWA”, informou o exército em nota. 0A UNRWA foi acusada por Israel nesta segunda-feira de empregar “mais de 450 terroristas” do movimento islamista Hamas e outras organizações na Faixa de Gaza.